domingo, 12 de dezembro de 2010

Em 06 de Agosto de 1945 os Estados Unidos lançam sobre a cidade de Hiroshima uma bomba Atômica alegando que com isso os Japoneses se renderiam, claro que a derrota do Japão já estava decretada, já não existia mais força para uma reação contra o poder bélico Americano. Busquemos a lógica do ocorrido:
1) A bomba foi lançada como vingança ao ocorrido em Pearl Harbor.
2) A bomba foi lançada para constatar a sua ação devastadora sobre o ser humano, ou seja, pura experiência laboratorial, já que o alvo era civil.
3) A bomba foi lançada como demonstração de força Americana servindo de aviso aos aliados que futuramente não se comportariam como tais, como aconteceu com a União Soviética.
Analisando friamente os três itens se encaixam, nenhum exclui o outro, não estamos diante de “se 1 então não 2 ou 3” por exemplo. Bom mas no fritar dos ovos 150.000 civis morreram em Hiroshima entre homens, mulheres e crianças e mais 100.000 civis morrem em Nagasaki ao receberem dos Americanos o mesmo presente dado a Hiroshima. Se formos contar o resultado final desse crime contra a humanidade vamos ficar escrevendo páginas e páginas.
Onde entra aí Cinema, Matemática e Música?
O tema “pós Bombas” aparece muito vivo em pelos menos três filmes de diretores Japoneses a saber: Filhos de Hiroshima (Gembaku no ko) de Kaneto Shindô (1952), Black Rain - A Coragem de uma Raça (Kuroi Ame) de Shohei Imamura (1989) e Rapsódia em Agosto (Rhapsody in August) de Akira Kurosawa (1991).
O primeiro conta a história de pessoas empobrecidas tentando viver entre os escombros da dor e do abandono, o segundo mostra as conseqüências da chuva negra, mistura de água (chuva), cinzas e material radioativo e o terceiro mostra, na figura de um Nipo Americano (Richard Gere) o arrependimento de ter cometido os atos em Agosto de 1945 e sua família moradora de Hiroshima cuja avó, testemunha ocular dos acontecimentos, representa claramente o não perdão mesmo que que os jovens desse povo, hoje pacífico, tentam demonstrar tê-lo feito.
Quanto a Matemática deixo apenas um soneto de Augusto dos Anjos escrito em 1914 que se intitula “Versos A Um Coveiro”:

Numerar sepulturas e carneiros,
Reduzir carnes podres a algarismos,
Tal é, sem complicados silogismos
A aritmética hedionda dos coveiros!

Um, dois, três, quatro, cinco .... Esoterismos
Da Morte! E eu vejo, em fúlgidos letreiros,
Na progressão de números inteiros
A gênese de todos os abismos!

Oh! Pitágoras da última aritmética,
Continua a contar na paz ascética
Dos tábidos carneiros sepulcrais

Tíbias, Cérebros, crânios, rádios e úmeros,
Porque, infinita como os próprios números,
A tua conta não acaba mais!

Vinicius de Moraes (letra) e João Apolinário / Gerson Conrradi (música) não deixam que nos esqueçamos das consequências funestas das ações sob o comando de Harry Truman.


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada.

E o mesmo cinismo usado para lançar as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki é mostrado por um oficial americano em bombardeios no Camboja, unindo o prazer em matar à música Cavalgada das Walquirias, de Wagner.

Concluindo: O cinema permite que não nos esqueçamos dos grandes fatos da história, sejam eles bons ou ruins, e serve para nos alegrar, nos entristecer ou nos alertar. Cada filme que relata fatos como os descritos no texto passa a ser, no mínimo, um documento vivo do que pensam os seres humanos diretamente envolvidos. A música acompanha os sentimentos de quem assiste e se emociona, a Matemática continua só contando e, mesmo que conte corpos, sepulturas, “a sua conta não acaba mais”.

Carlos Mariano de Melo 12/12/2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Puxando assunto

As artes ilimitadas:
Cinema, Matemática e Música.
As três se modernizam, todas têm os seus enigmas, mas nenhuma tranca a sete chaves esses enigmas, apenas um véu tênue envolve cada uma delas e pode ser retirado por quem tem interesse através de buscas em estudos profundos ou não, de acordo com o enigma que queira desvendar.
Onde começou o cinema? Porque o infinito Matemático cria tanta insegurança? Qual é o total de belezas harmônicas que podem ser criadas com as notas musicais, os tempos, os instrumentos, etc.?
Onde terminará este cinema que passou por projeções de sombras através de lanternas e chegou à era da computação podendo criar o efeito que bem entender? Quando é que colocaremos os pés com firmeza no infinito? E o último som, o último arranjo? Existirão um dia?
Para onde caminham todas as questões formuladas eu não sei, mas quando e se filmarmos os primeiros contatos extraterrestres teremos a oportunidade de verificar que as linguagens serão a matemática e música, por serem as duas Universais.
Matemática e Música, Cérebro e Alma, expressões do Divino.

Quero render as minhas homenagens a três ícones dessas artes:
1. A Akira Kurosawa, que fez no cinema sinfonias as quais serão escutadas sempre que existirem pessoas com sentimentos nobres.
2. A Mozart, que compôs sinfonias tão belas que mais são palavras em conversa com o Alto.
3. A Fermat, o maior matemático amador, deixou enigmas para que o homem não parasse de raciocinar.

PREFÁCIO

É fato que esse espaço que aqui se segue para publicizar idéias e-ou sugestões liga-se diretamente à arte, pelo tema a que se propõe: o meio, a interseção entre cinema, música e matemática, por mais perigosa que seja a relação entre o tom, a nota musical, a película e a cena com o número, a ordem, o cardinal e o ordinal. Daí a conclusão, dedutiva, que o autor direto da formação desse espaço é provido de pelo menos uma coragem impar, escalena e, ao mesmo tempo, equilátera, tanto pelos lados das duas artes quanto pelo lado dos números, já que une três linhas diferentes numa medida igual, a do ser humano, extraída de uma simples aritmética como o é a divisão. E nada melhor qua alguém de coragem para a alçada desse perigo que, num tempo peculiar, à moda da mineragem, cara a mim, pois é dela também que se tira de um simples numeral um nota, uma cena, um diálogo. Mas além de coragem, o autor dessa empreitada deve também se haver com o espaço e sua transformação como, num piscar de olhos, fazem os engenheiros. Portanto, é esse o autor; complexo, que tem a coragem, que tira do numeral o som e da cena uma variada, que é engenheiro; é ele que transforma esse espaço, que publiciza essa arte, que enxerga, na simples disposição matricial de um C, com um M e mais outro M, o além do seu nome "Carlos Mariano de Melo", uma gama de relações que se contam pela palavra "infinita". Uma forma mais simples de apresentar esse autor e lhe render minha admiração, certo que sua altura sobeja ao que a encomenda lhe demanda, é chamar-lhe pai, simples assim, e tão intenso quanto o som, a cena e os números, que as palavras não chegam e o peito se abre, molhado e orgulhoso.

Victor Meneses de Melo

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Início

Cinema, sétima arte.
Música, arte da alma.
Matemática, arte do cérebro.